por Beatriz Belchior
O município de Limeira dispõe, desde setembro de 2002, de uma lei que proíbe o uso de cerol nas linhas de soltura de pipas e prevê a aplicação de multas. Conforme a inspetora do Pelotão Escolar da Guarda Municipal (GM) Rita de Cássia, responsável por fiscalizar a brincadeira, o número de pipas apreendidas durante o último mês das férias escolares foi de cerca de 150 pipas e 230 latas de linhas com cerol.
A Guarda Municipal trabalha a partir de denúncias, mas tenta diminuir estes números muito antes das brincadeiras começarem, com a realização de palestras nas escolas sobre os cuidados que as crianças devem ter ao soltar pipas.
Segundo a inspetora, os números custam a diminuir. “Fazemos as apreensões, mas não vemos resultado no nosso trabalho, pois os menores e adolescentes que não se conscientizaram dos riscos não são punidos”.
Uma situação que chama a atenção dos guardas municipais é o número de adolescentes e adultos que conjuntamente com as crianças fazem parte dessas estatísticas.
Gabriel, 20 anos, solta pipas e diz que divide a brincadeira com crianças e adolescentes. Segundo ele, a grande maioria usa o cerol para “cortar” pipas. “Senão qual é a graça de soltar a pipa?” indaga o jovem.
Segundo a GM, quando um maior de idade é apreendido soltando pipa com cerol, o infrator pode ser conduzido ao distrito mais próximo e ser enquadrado na lei de periclitação da vida e saúde, que indica colocar em risco a vida de pessoas.
“As crianças que são flagradas soltando pipas que têm cerol são apenas advertidas. “Quando há resistência na apreensão das pipas o que podemos fazer é conversar com os pais dos menores e orientá-los, mas não podemos fazer mais que isso”, informa a inspetora.
Além de provocar acidentes com motoqueiros, as linhas com cerol e a soltura de pipas na área urbana também prejudicam o abastecimento de energia da cidade. Números divulgados pela empresa de energia Elektro denunciam que até o mês julho deste ano foram feitas 61 ocorrências causadas por pipas.
O vereador Carlinhos Silva é autor da lei que proíbe o uso do cerol, mas, até o momento, conforme informado pela GM, não resultou em nenhuma multa aplicada. “É importante ressaltar que o número de crianças, jovens e até mesmo adultos soltando pipas em nossas ruas é elevado e, infelizmente, muitos utilizam do artifício perigoso que é o cerol, principal propulsor de nossas campanhas”, explicou Carlinhos Silva.
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