por Vanessa Ferreira
A nova lei antifumo, aprovada no início de abril pela Assembleia Legislativa de São Paulo, prevê a proibição do consumo de cigarros em ambientes fechados de uso coletivo público e privado. Alguns bares da cidade de Limeira ainda não enfrentaram grandes transtornos para se adequarem à nova lei.
A proprietária do Laurito´s Bar, Marilza Aparecida Laurito, até o momento, pelo menos com a temperatura baixa, não teve problemas, pois, segundo ela, os frequentadores fumantes estão respeitando pacificamente a proibição de fumarem dentro do estabelecimento.
"Eles pegam a cervejinha e vão lá fora tomar", diz Marilza. A proprietária comenta também que, como tem renite alérgica, sofria muito com a fumaça do cigarro.
De acordo com o proprietário do The Player Beer, Robson Roberto Marchi, a qualidade do ar melhorou muito e, principalmente, a saúde de seus funcionários, que ficavam expostos à fumaça.
O maior problema que enfrentou com a lei foi com a saída dos clientes fumantes para fora do bar, antes mesmo de pagarem a conta.
“A fiscalização tem que ser feita pelos próprios donos dos estabelecimentos”, diz Marchi. A frequentadora dos bares da cidade, Mauricia Regina Gouveia, diz que “o país tem que mudar sua realidade e fazer cumprir as leis”.
Riscos à saúde
Para o médico pediatra e clínico geral, Alberto Bulgarelli, os principais riscos à saúde em relação ao consumo de cigarros estão relacionados a doenças pulmonares, como: câncer e doença pulmonar obstrutiva crônica, doenças coronarianas, como infartos e doenças cerebrovasculares, principalmente acidente vascular cerebral.
O consumo de cigarros também ocasiona doenças de ordem gástricas, como úlceras de estômago, e do trato urinário, como câncer de próstata, câncer de útero e infertilidade.
“Deve-se ainda considerar os malefícios à gestação e ao feto, como má formação e doenças pulmonares do recém-nascido”.
O médico explica que existem várias formas para não estimular à formação de novos fumantes, entre elas estão métodos educativos, como os programas nacionais e internacionais de combate ao tabagismo e métodos legais, como a proibição de venda para menores, além das mais recentes leis antitabagistas encontradas em cidades e estados.
"O assunto tabagismo deve ser tratado não apenas em ambientes externos, como escolas, igrejas, grupos de discussões, mas principalmente dentro do próprio lar, envolvendo a família como um todo", destaca.
Segundo Bulgarelli, não há uma distância segura que um não fumante possa manter de quem está fumando, pois os locais fechados, mesmo com sistema de ventilação natural ou artificial, ajudam a diminuir apenas efeitos menores da fumaça, como irritação de olhos e garganta, porém, não eliminam os componentes tóxicos do tabaco.
Bulgarelli vê a proibição do tabaco como mais um passo no combate ao fumo. "Sabendo que, no futuro, os nossos gastos previdenciários e sanitários serão cada vez mais elevados, esses atos preventivos, mesmo contrários a várias opiniões, são importantíssimos”.
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