por Beatriz Belchior
Por ano, aproximadamente 24 milhões de metros cúbicos de madeira da Amazônia, transformados em toras, são extraídos da Floresta Amazônica, dos quais 15% são absorvidos pelo mercado paulista, o que torna o Estado de São Paulo o maior consumidor de madeira nativa amazônica do mundo, segundo dados da Organização Não-Governamental Greenpeace.
Desde 2006, o Documento de Origem Florestal (DOF) é obrigatório para o controle do transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais de origem nativa. E é este documento que garante a procedência de toda a madeira que circula no Brasil.
Carla, 26 anos, gerente da madeireira Zap Madeiras, de Limeira, diz que 99% dos seus clientes não demonstram interesse pela origem da madeira que compram. “A primeira via do DOF é do consumidor, mas ninguém pede”, declara.
A gerente também afirma que, após a criação do DOF, os preços de seus produtos aumentaram devido à regularização de grande parte das madeireiras, pois a fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro e Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) ficou mais rígida. O sistema de verificação pode ser facilmente acessado pelos fiscais com o auxilio da internet de qualquer localidade do Brasil.
Geralmente os clientes que têm maior contato com as madeireiras são os responsáveis pelos canteiros de obras. O engenheiro civil Evaldo Sérgio Grigoletto admite que não verifica a origem do material que usa em suas obras. Contudo, ele ressalta que o poder público é fundamental na conscientização dos danos que o desmatamento pode ocasionar. “A fiscalização pelo poder público evita que nós, consumidores finais, sejamos prejudicados”, conclui o engenheiro.
A conscientização de compradores e consumidores na hora da compra da madeira é essencial no combate ao desmatamento.
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