24 de set. de 2009

Novo acordo ortográfico divide opiniões

por Diego Rodrigo dos Santos

O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, após nove meses em vigor no Brasil, e o período de até 2012 para que toda a sociedade se adapte, encontra resistência entre os brasileiros e divide opiniões.

“A mudança precisa acontecer no visual”, disse a pedagoga e professora de língua portuguesa, Maria Cecília Pereira. O fim da trema e a mudança no uso do hífen ainda não foram adotados nos livros utilizados em sala de aula. “Houve uma divulgação na mídia sobre a reformulação da língua portuguesa, mas os livros, alguns jornais e até os outdoors não fizeram ainda a transição”.

A professora do ensino médio relata a dificuldade dos alunos no aprendizado da nova ortografia. “Uma ótima intenção politicamente, mas não enxerguei grandes vantagens, porque, a partir de agora, além de corrigir a ortografia nova, enfrentamos também em sala de aula o dilema da linguagem da internet”.

A também professora de língua portuguesa, Magali Pavezzi, justifica a unificação da escrita como avanços global e cultural. “A linguagem precisa atender às necessidades das pessoas, uma vez que padronizar a língua portuguesa facilitará a comunicação”.

De acordo com o coordenador pedagógico, Adriano Spatti, as mudanças na escola acontecem paulatinamente com a leitura de textos adaptados à nova ortografia. “Há uma preocupação maior entre os professores de língua portuguesa em comparação às outras disciplinas que valorizam outras habilidades específicas de cada área”.

Para quem está no processo de aprendizado será mais fácil assimilar a nova ortografia. Segundo o estudante Lucas de Jesus Freitas Souza, 16, o novo acordo ortográfico consiste na mudança dos acentos. “Estava acostumado com a antiga ortografia. Vai ser difícil para aprender”.

A estudante Carolina de Oliveira Mendes, 15, afirma que a nova ortografia é mais fácil, porém, vai demorar um pouco para compreendê-la totalmente. “As regras dos hiatos, ditongos e monossílabas que aprendemos e escrevemos em nove anos na escola, algumas, hoje, já não são as mesmas”.

Pessoas que já passaram pela educação formal encontram dificuldades para aprender as novas regras ortográficas. “Não sei como escrever na nova regra ortográfica”, afirma Sônia Carvalho, 40, auxiliar administrativa.

Além do fim do trema e mudanças no uso do hífen, o novo acordo ortográfico acaba com os acentos em ditongos abertos em palavras paroxítonas, como voo, leem, heroico, ideia, assembleia entre outras.

A nova ortografia também incorpora ao alfabeto as letras k, w e y. As alterações foram discutidas entre oito países que usam a língua portuguesa, uma população estimada em 230 milhões.

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