Texto: Daniel Marcolino
Entrevista: Rosana Rabelo
Roteiro: Maira Santana e Karina Rossi
Pesquisa: Marcos Vinicius e Lucas Navarro
Contar a vida. A arte cinematográfica sempre esteve intimamente ligada à vida, aos fatos do cotidiano e às múltiplas formas de “ser-no-mundo”. O desafio de traduzir em ficção o que é real ou tornar real a ficção é uma das características do cinema desde sua fundação. Tocar o espectador, seja por meio do humor, das emoções ou da razão, é uma meta recorrente para os produtores de filmes.
Longa, média, curta, micro-metragens, não importa. O objetivo é o mesmo: ser assistido. Um dos gêneros de maior notoriedade, no tempo presente, é o cinema independente. Com orçamentos infinitamente mais baratos que os filmes convencionais, as produções independentes ganharam força em todo mundo e se tornaram importantes ferramentas de livre-expressão.
A cidade de Rio Claro (SP) se tornou proeminente neste circuito após a criação do grupo Kino-Olho, coordenado pelo cineasta João Paulo Miranda Maria. Recentemente, um dos “filmes-ensaios” produzidos pelo grupo faturou um prêmio internacional: o Mobile Phone Movie Competition (Competição de Filmes de Telefone Celular, em tradução livre), promovido e exibido pelo canal americano CNN.
O filme vencedor foi inspirado nas ideias vanguardistas do cineasta francês Jean-Luc Godard. Com o título de A girl and a gun (Uma garota e uma arma, em tradução livre), a história começa pelo clímax. Uma jovem combina um encontro com um homem e, em posse de uma arma, aparentemente ela planeja matá-lo. O filme deixa no ar uma incógnita, já que não revela se houve, de fato, o assassinato.
Telinha para filmar
A cena foi produzida totalmente via celular, com duração de dois minutos e trinta segundos. O uso de tecnologias alternativas tem sido um dos referenciais do Kino-Olho. “Temos como filosofia de trabalho usar o mínimo de recursos. Acreditamos e investimos em formas alternativas de produção cinematográfica”, revela Miranda. O grupo deve participar, ainda este ano, do Cel. U.Cine, Festival de Micrometragens promovido pela Oi.
Segundo o cineasta Miranda Maria, os trabalhos desenvolvidos pelo Kino-Olho são de extrema relevância para cultura regional. “A formação de um núcleo cinematográfico no interior paulista é uma ideia pioneira e inovadora. Nosso interesse maior é criar uma metodologia própria de produção em que os moradores locais façam parte da equipe criativa. Buscamos uma identidade, uma estética particular a qual apelidamos de “Cinema Caipira”, destaca Miranda.
O grupo
Fundado em 2006, o grupo Kino-olho surgiu a partir das sessões cine-clubistas que ocorriam no Centro Cultural Roberto Palmari. Nestas sessões, após a exibição de filmes, os integrantes realizavam discussões e críticas concernentes aos muitos aspectos de cada obra. Com a criação do grupo, não apenas os debates foram ampliados como também a prática, pesquisa e leitura cinematográfica passou a ser exercida.
O termo “Kino-Olho”, por sua vez, é uma expressão do cineasta russo Dziga Vertov. “A palavra alude ao cinema como uma ação mais elevada que o entretenimento. Para Vertov, cinema é uma ferramenta de mudança social e participação popular, o que delega grande responsabilidade aos seus realizadores. Cinema não pode ser encarado como mera diversão”, explica Miranda.
A Cia Quanta de Teatro é parceira do projeto e cede seus alunos para atuarem nos “filmes-ensaios”. Atualmente, o Kino-Olho conta com cerca de 20 integrantes. As reuniões ocorrem às quintas-feiras, às 19h, no Centro Cultural Roberto Palmari. “Queremos oferecer, gratuitamente, a possibilidade de fazer cinema a todos os amantes desta arte. Estamos abertos para receber a comunidade. Cinema independente também é democrático”, finaliza Miranda.
Outras informações
- Os subsídios para que o grupo Kino-Olho continue realizando seus trabalhos são angariados através de doações, arrecadações e venda da revista Cinema Caipira, produzida mensalmente pelos integrantes do grupo.
- Por ser uma organização da sociedade civil, o grupo Kino-Olho
Longa, média, curta, micro-metragens, não importa. O objetivo é o mesmo: ser assistido. Um dos gêneros de maior notoriedade, no tempo presente, é o cinema independente. Com orçamentos infinitamente mais baratos que os filmes convencionais, as produções independentes ganharam força em todo mundo e se tornaram importantes ferramentas de livre-expressão.
A cidade de Rio Claro (SP) se tornou proeminente neste circuito após a criação do grupo Kino-Olho, coordenado pelo cineasta João Paulo Miranda Maria. Recentemente, um dos “filmes-ensaios” produzidos pelo grupo faturou um prêmio internacional: o Mobile Phone Movie Competition (Competição de Filmes de Telefone Celular, em tradução livre), promovido e exibido pelo canal americano CNN.
O filme vencedor foi inspirado nas ideias vanguardistas do cineasta francês Jean-Luc Godard. Com o título de A girl and a gun (Uma garota e uma arma, em tradução livre), a história começa pelo clímax. Uma jovem combina um encontro com um homem e, em posse de uma arma, aparentemente ela planeja matá-lo. O filme deixa no ar uma incógnita, já que não revela se houve, de fato, o assassinato.
Telinha para filmar
A cena foi produzida totalmente via celular, com duração de dois minutos e trinta segundos. O uso de tecnologias alternativas tem sido um dos referenciais do Kino-Olho. “Temos como filosofia de trabalho usar o mínimo de recursos. Acreditamos e investimos em formas alternativas de produção cinematográfica”, revela Miranda. O grupo deve participar, ainda este ano, do Cel. U.Cine, Festival de Micrometragens promovido pela Oi.
Segundo o cineasta Miranda Maria, os trabalhos desenvolvidos pelo Kino-Olho são de extrema relevância para cultura regional. “A formação de um núcleo cinematográfico no interior paulista é uma ideia pioneira e inovadora. Nosso interesse maior é criar uma metodologia própria de produção em que os moradores locais façam parte da equipe criativa. Buscamos uma identidade, uma estética particular a qual apelidamos de “Cinema Caipira”, destaca Miranda.
O grupo
Fundado em 2006, o grupo Kino-olho surgiu a partir das sessões cine-clubistas que ocorriam no Centro Cultural Roberto Palmari. Nestas sessões, após a exibição de filmes, os integrantes realizavam discussões e críticas concernentes aos muitos aspectos de cada obra. Com a criação do grupo, não apenas os debates foram ampliados como também a prática, pesquisa e leitura cinematográfica passou a ser exercida.
O termo “Kino-Olho”, por sua vez, é uma expressão do cineasta russo Dziga Vertov. “A palavra alude ao cinema como uma ação mais elevada que o entretenimento. Para Vertov, cinema é uma ferramenta de mudança social e participação popular, o que delega grande responsabilidade aos seus realizadores. Cinema não pode ser encarado como mera diversão”, explica Miranda.
A Cia Quanta de Teatro é parceira do projeto e cede seus alunos para atuarem nos “filmes-ensaios”. Atualmente, o Kino-Olho conta com cerca de 20 integrantes. As reuniões ocorrem às quintas-feiras, às 19h, no Centro Cultural Roberto Palmari. “Queremos oferecer, gratuitamente, a possibilidade de fazer cinema a todos os amantes desta arte. Estamos abertos para receber a comunidade. Cinema independente também é democrático”, finaliza Miranda.
Outras informações
- Os subsídios para que o grupo Kino-Olho continue realizando seus trabalhos são angariados através de doações, arrecadações e venda da revista Cinema Caipira, produzida mensalmente pelos integrantes do grupo.
- Por ser uma organização da sociedade civil, o grupo Kino-Olho
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