31 de out. de 2011

Novo mercado publicitário foi tema do terceiro dia da Secom 2011

As palestras dos publicitários Pedro Gravena, Maurício Santana e Leonardo Rossi apontam os novos rumos da Publicidade no Brasil

Por Horácio Busolin Júnior, Matheus Fonseca e Alexandre Sinotti

Criatividade, ousadia e persistência. Essas foram algumas das dicas dadas pelos publicitários Pedro Gravena, da Agência DM9, e Leonardo Rossi e Mauricio Santana, ambos da Agência Iguale, durante o terceiro dia (26/10), da Secom 2011, realizado no anfiteatro do Isca Faculdades.

O rumo do mercado publicitário e os novos públicos que surgem com o advento das novas mídias foi o tema recorrente das palestras. Quase como uma exposição de boas histórias, as palestras tiveram por objetivo apresentar um novo panorama de como se fazer Publicidade com ousadia e muito esforço.

Abrindo as palestras, os publicitários da Agência Iguale, Leonardo Rossi e Maurício Santana, expuseram as experiências acumuladas no mercado de trabalho e também apresentaram o projeto desenvolvido na agência, que consiste na comunicação da acessibilidade. Eles desenvolvem novos meios de comunicabilidade para deficientes visuais e auditivos.

Por meio da publicação da portaria nº 310 de 27 de junho de 2006, foi aprovada a Norma Complementar nº 01/2006, que dispõe sobre acessibilidade para pessoas com deficiência na programação veiculada na televisão. Foi através dessa portaria que Maurício Santana teve a ideia de desenvolver um projeto especial para esse público. “Descobri que desenvolver novos canais para esse público seria uma novidade lucrativa, já que ao todo são 22 milhões de deficientes visuais e auditivos no Brasil. Até então nenhuma empresa fazia isso. Além de que um projeto como esse valoriza a marca da empresa, reforçando sua imagem institucional”, disse Santana.

Os dois projetos-chave da dupla são a produção de closed chaption (legenda oculta que descreve as falas de atores e sons presentes na cena) e audiodescrição (narração da descrição das cenas) para a televisão. Ambas as produções, de acordo com Leonardo Rossi, passaram por vários testes até serem aceitas. “Esse tipo de comunicabilidade ainda é muito novo e fomos aprendendo com várias tentativas. Ao final de um filme que fizemos audiodescrição fiquei muito contente em observar que o público compreendia nosso trabalho, comentando detalhes do filme”, declarou Rossi.

Maurício alertou que as demandas para o mercado de trabalho devem aumentar com a obrigatoriedade do sinal para o closed caption e a audiodescrição. “O mercado que trabalha com comunicação de acessibilidade ainda é pequeno. Falando isso, fica parecendo até que estou semeando a concorrência. Ultimamente tivemos até dificuldade de formar novos profissionais, o que não é uma tarefa tão simples”, alerta Santana.

O publicitário apontou que as funções de audiodescritor e produtor de legendas necessitam de certos requisitos, como o conhecimento em história e cinema, ter bom português e, acima de tudo, ser claro e sucinto. “Além de certos requisitos básicos, é importante que o profissional se familiarize com os softwares e aprenda a dominá-los”, recomenda o publicitário.

Ao final da palestra, Rossi demonstrou as técnicas de audiodescrição, apresentando trecho de filme da Quarta Mostra Cinema de Direitos Humanos na América do Sul, para o qual a dupla produziu audiodescrição. Além disso, a agência também está produzindo audiodescrição para o programa Comédia MTV e legendas para propagandas.

Música e Internet
A indústria fonográfica, com o advento da Internet, ainda não encontrou um modelo ideal de comercializar música na rede. As vendas de CDs caíram vertiginosamente, e o caminho para os artistas divulgarem suas canções migrou para os computadores.

Antenado em novos conceitos de marketing na web, o publicitário Pedro Gravena, resolveu arriscar e decidiu cair de cabeça em um projeto que parecia  inviável. Persistente, ele queria atrair a atenção do público para a música de uma forma multimídia, usando vídeos e, principalmente, a interação do público com o artista.

A palestra de Gravena foi baseada na produção e concepção do projeto Skank Play, que é uma espécie de vídeo clip social da música “De repente” e foi desenvolvido pela agência Don´t Try This e pela banda mineira Skank.

De forma descontraída e humorada, Gravena contou sobre o que não deu certo no início do projeto, como forma de aprendizado para os estudantes presentes. “O projeto hoje é um sucesso. Seria muito fácil chegar até aqui e contar só os pontos positivos. No entanto, acho importante que vocês fiquem sabendo do que deu errado, para que possamos aprender com os erros”, comentou.

O projeto de Gravena consistia em desenvolver um site para bandas, em que os músicos pudessem tocar com seus fãs. “Queria desenvolver um projeto no qual os músicos da banda tocassem junto com os fãs, simultaneamente. Isso seria possível se filmássemos os músicos tocando, e depois colocássemos os fãs acompanhando em vídeos separados. A ideia parecia absurda, mas depois de vários testes que fizemos com amigos, o projeto ganhou forma”, disse Gravena.

Após erros e tentativas, o produtor do Skank assistiu a um piloto do projeto e fechou um contrato com o publicitário. ”Em uma palestra conheci o produtor do Skank que topou concretizar o projeto”, relatou.



Contos e fábulas abrem o terceiro dia de oficinas da SECOM

Matheus Fonseca

Com o título “Encantando e Contando”, a oficina de Contação de Histórias ministrada pela jornalista e professora Ingrid Gomes, deu início às atividades da quarta-feira, 26, na SECOM 2011. Ingrid apresentou técnicas e dicas sobre a arte de narrar. Ela resgatou as origens e características do conto fantástico, ilustrando com livros que compilam histórias clássicas de cunho moral. Descontraída, a professora entusiasmou e ensinou os participantes durante os 50 minutos da oficina.

Que tal uma historinha?

Ingrid também promoveu a interatividade dos participantes. Utilizando objetos de sua “caixa mágica”, a contadora propiciou um cenário lúdico aos participantes, que superaram a vergonha e narraram suas próprias histórias.

“A imaginação é fundamental. O universo imagético compõe o elemento principal para uma boa história”, considerou. “O repertório criativo e fantasioso das crianças, atualmente, é muito limitado”, lamentou.

Ingrid ressaltou, inclusive, a importância da oralidade enquanto elemento cativante. “O ouvinte deve ser conquistado. Uma vez fisgado, levará para sempre a emoção que sua história proporcionou em dado momento, em determinada situação da vida”, emocionou-se Ingrid, garantindo que, sim, as palavras têm poder.

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