Ana Paula Coletta, Bruna Leme, Érika Scharlach, Laura Thomaz, Luana Ribeiro, Mylena Arruda e Rafaela Silva
A Secom 2011, que teve como tema a Comunicação e os Desafios das Mídias Digitais, contou com a participação de diversos profissionais das áreas de Publicidade e Propaganda, e de Jornalismo que ministraram palestras e mesas-redondas sobre o assunto. No último dia, 27/10, o evento teve a presença da assessora de imprensa Grasiela Caldeira, e da editora do jornal on-line EP Piracicaba, Suzana Amyuni.
Palestra da Assessora de Imprensa Grasiela Caldeira
Foto: Teles Cristiano
Grasiela, que iniciou a noite abordando o assunto “Assessoria em Tempos de Novas Mídias”, demonstrou a importância do uso correto das mídias sociais dentro dessa profissão.
Ela desenvolveu o tema a partir da definição do que são mídias sociais e prosseguiu sinalizando as transformações que essas ferramentas trouxeram para o cotidiano do assessor de imprensa.
Grasiela defendeu a ideia de que as redes sociais são instrumentos que ainda estão em construção, mas que desafiam os meios clássicos de comunicação e trazem modernidade. Ela questiona sobre o uso que é feito das mídias sociais ultimamente: “Até que ponto é bom se aproximar ou se afastar das redes sociais?”, e evidencia a necessidade do assessor em utilizar esses meios de uma maneira positiva, sem que se tornem obstáculos que tragam reflexos negativos para o cliente.
Suzana, segunda palestrante da noite, compartilhou suas experiências profissionais no site EPTV.com de Piracicaba com os alunos presentes, demonstrando o cotidiano do jornalista que atua na área on-line. Discutiu sobre os desafios que os profissionais encontram ao produzir matérias para o site, afirmando que o meio on-line necessita de imediatismo na postagem das notícias, o que exige maior cautela na apuração dos fatos, para que assim, o material tenha credibilidade, seja completo e conciso. Ela afirmou ser necessária a utilização de recursos (infográficos, fotos, contato com internauta, layout e caricaturas) para melhor entreter o leitor internauta. Ela explicou que o site oferece interatividade, mantendo o leitor integrado em todos os sites da EPTV, com informações não apenas de Piracicaba, mas de toda região.
A noite foi encerrada com a exploração do tema através de perguntas feitas pelos participantes do evento. Audre Alberguini, coordenadora dos cursos de Comunicação Social, muito feliz e satisfeita com toda a semana de palestras, agradeceu a participação de todos os alunos, professores, autoridades e convidados e salientou a importância de todos na organização do evento. “Foi uma semana muito proveitosa principalmente porque os alunos participaram da elaboração da semana, ajudaram no planejamento, na execução. Essa participação, essa construção coletiva, também ensina, e isso é muito mais compensador para o aluno”.
A Moda e o Jornalismo
O último dia de Secom foi aberto com uma oficina ministrada pela jornalista Tamires Gonçalves Dias, que trouxe o assunto “Comunicação em Moda” para os participantes presentes. Durante toda oficina, Tamires enfatizou a importância do profissional estar devidamente preparado, dando dicas para atuação nesse mercado. Em entrevista, ela fala sobre a carreira e sobre o mercado de moda no Brasil.
A jornalista Tamires Gonçalves durante a oficina sobre Moda e Jornalismo
foto: Teles Cristiano
Você fez Jornalismo. Onde e quando se formou?
No Isca, me formei o ano passado, na turma de 2010.
E como você resolveu entrar nessa área de moda?
Na verdade, eu sempre gostei das editorias que envolviam tendências, beleza e saúde. Então, era algo que eu sempre gostei de fazer. E eu tomei a decisão de querer procurar um curso, porque eu sentia a necessidade de melhorar o texto. Ter conhecimento desse mundo, para ter autoridade na hora de escrever, na hora de fazer uma pauta, na hora de ter um roteiro de entrevista e na hora de entrevistar uma personalidade desse mundo.
Com que curso você deu sequência aos seus estudos?
Eu me formei no ano passado e como eu escrevia matérias sobre beleza, comecei a fazer um curso de maquiagem, porque eu queria entender um pouco mais para poder dar dicas e até escrever. Terminei o curso e comecei a fazer Senac em Americana, o curso de Moda e Estilo, um curso que forma assistentes de estilista, personal stylist, produtor de moda e vitrinismo também. Assim, a gente tem autoridade para falar sobre isso. E como falei, meu objetivo não é ser uma estilista, mas é customizar algumas peças, dar algumas dicas sendo personal stylist. E é isso que eu quero.
Como você vê a moda no mercado de Jornalismo? É uma editoria que tem sido bem aceita? Como é esse mercado?
Aqui, especificamente em Limeira, o Jornalismo de moda ainda não existe. Existe o Jornalismo feminino, ou seja, você é uma jornalista que escreve sobre beleza, saúde, bem-estar, dá dicas e fala sobre tendências. Não é algo específico como já existe em São Paulo, como essas grandes revistas que já são focadas nisso. E eu acho que a tendência do mercado tende a crescer, visto que tudo envolve moda. Principalmente devido às grandes semanas que o Brasil faz. Nosso país já é um grande produtor de estilo, de tendências. Então, eu acho que Limeira tem bastante a crescer, a aprimorar. Tanto que as vagas de trabalho são difíceis. Se você for repórter, você vai trabalhar em várias áreas, não é uma editoria específica. As revistas são mais sociais do que focadas em moda. Então, tem que crescer, pois é mais uma área onde nós podemos trabalhar. E para quem gosta, desenvolver o conhecimento, aprimorar. Onde aqui em Limeira você pensa em trabalhar com isso? É difícil. É importante o crescimento de cadernos. O Jornal de Limeira está trabalhando com vários cadernos, inclusive focados em moda. Se outros se espelharem nisso, o mercado tende a crescer.
Qual é a visão dos outros profissionais sobre o jornalismo de moda? O que você sente? Existe algum tipo de preconceito?
Essa coisa de preconceito eu nunca vi. Em Limeira você vai cobrir tudo, não tem como você escolher, não tem um veículo fixo que trabalhe só com moda. Então, vai de você se identificar com essa editoria. Mas não tem isso. Pelo pessoal que é do mesmo ramo, amigos meus, isso é muito tranquilo.
O que você acha dessa febre dos blogs? Todo mundo virou um pouco consultor de estilo, personal stylist. Todos querem dar dicas de moda. Isso é positivo?
Assim como nós, jornalistas e futuros jornalistas, fazemos seleção de outros assuntos na área da pesquisa, também temos que fazer nesse aspecto. Quais os principais meios de informação de moda? Vogue, Elle. Esses são meios nos quais você pode confiar. E o pessoal que tenta dar dicas, na verdade, eles se baseiam nesses meios. Então, se você digitar no site de pesquisa, site de busca, vai aparecer um monte, mas eles se basearam no quê? Algo que viram na TV, nas revistas... Tem que ter essa proximidade, se a gente faz as seleções de outros temas, porque não com esses também na hora de pesquisar, de buscar. Mas é preciso estar atento.
O que você tem feito atualmente?
Escrevo como freelancer pra alguns jornais. Tenho uma coluna em um jornal popular aqui em Limeira. E estou montando um negócio na área de moda. Como eu gosto muito de moda Vintage, vou abrir um brechó focado nessa tendência rêtro e, até novembro, estarei com tudo pronto.